Existem três modalidades de radiações denominadas alfa, beta e gama que podem ser separadas por um campo magnético ou por um campo elétrico:
1-Radiação alfa (α): também chamada de partículas alfa ou raios alfa, são partículas carregadas por dois prótons e dois nêutrons, sendo portanto, átomos de hélio. Apresentam carga positiva +2 e número de massa 4.
2-Radiação beta (β): raios beta ou partículas beta, são elétrons, partículas negativas com carga – 1 e número de massa 0.
3-Radiação Gama (γ): ou raios gama. O comprimento de onda desta radiação varia de 0,5 ? a 0,005 ? (unidade de medida: angstron). As radiações gama são ondas eletromagnéticas, e possuem carga e massa nulas, emitem continuamente calor e têm a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de corrente elétrica.
Um núcleo radioativo emite radiação alfa ou beta, e a radiação gama está sempre presente. A partícula beta pode atingir uma velocidade de até 95% da velocidade da luz, já a partícula alfa é mais lenta e atinge uma velocidade de 20.000 km/s, e os raios gama atingem a velocidade das ondas eletromagnéticas (300.000 km/s).
Apesar de serem bastante energéticas as partículas alfa são facilmente barradas por uma folha de papel;
As partículas beta são mais penetrantes e menos energéticas que as partículas alfa, conseguem atravessar lâminas de chumbo de até 2 mm ou de alumínio de até 5 mm no ar, mas são barradas por uma placa de madeira de 2,5 cm de espessura;
As partículas gama percorrem milhares de metros no ar, são mais perigosas, quando emitidas por muito tempo podem causar má formação nas células. Os raios gama conseguem atravessar chapas de aço de até 15 cm de espessura, mas são barradas por grossas placas de chumbo ou paredes de concreto.
Podemos concluir que as partículas alfa possuem uma massa e carga elétrica relativamente maior que as demais, entretanto, são facilmente barradas por uma folha de papel. Já a radiação gama não é tão energéticas, mas é extremamente penetrante, podendo atravessar o corpo humano, é detida somente por uma parede grossa de concreto ou por algum tipo de metal.
Exercício resolvido
Japão usará garrafas Pet como detectores de radiação
Para suprir a crescente demanda por detectores de radiação após o terremoto e tsunami de março no Japão, que desencadearam o pior acidente nuclear no mundo em 25 anos, um pesquisador japonês elaborou aparelhos feitos de garrafas Pet recicladas, e de forma barata.
Os detectores criados por Hidehito Nakamura, professor assistente da Universidade de Kyoto, no oeste do Japão, em cooperação com a empresa Teijin, cortaram em 90 por cento o custo em relação aos aparelhos existentes, muitos dos quais são produzidos por empresas estrangeiras.
"Queremos ter um produto acabado até o final de setembro, para atender à crescente demanda após o terremoto de março", disse Toru Ishii, executivo de vendas da Teijin.
Nakamura criou o Scintirex, uma resina de plástico que emite um brilho fluorescente quando exposta à radiação. A resina age como um sensor dentro dos detectores, permitindo medir o nível de radiação.
O novo material deve reduzir drasticamente os custos para detectores pessoais de radiação e para aparelhos maiores de monitoramento que serão usados pelo governo e empresas.
O departamento de relações públicas da Teijin estima que os sensores para os detectores estarão disponíveis a partir do mês que vem para organizações governamentais e empresas classificadas como prioritárias, por aproximadamente 10 mil ienes (130 dólares) - um décimo do custo dos materiais atualmente disponíveis.
Médicos pedem menos tomografias para evitar radiação
LAíS CAMARGO
A tomografia pode ser uma potencializadora de cânceres. Segundo estudos recentes que apontaram 2% de incidência da doença em pessoas que se expunham constantemente as radiações da tomografia computadorizada.Médicos brasileiros estão reduzindo os pedidos de tomografia e substituindo o exame por outros que não emitem radiação ionizante, como o ultrassom e a ressonância magnética.
A iniciativa foi confirmada pelo CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem). Também está em discussão na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a revisão de uma portaria de 1995 que regulamentou a radiologia no Brasil.
A nova versão do documento vai estabelecer o limite de radiação que os pacientes devem receber em um exame radiológico.
A radiação ionizante pode causar morte celular, e a probabilidade de câncer é proporcional à dose recebida.
Hoje não há um limite estabelecido de quantos exames uma pessoa pode fazer para estar segura. A orientação é quanto menos, melhor.
Estudos apontam que o risco de câncer aumenta quando a exposição à radiação, que é cumulativa, passa de 40 millisieverts (mSv).
Em uma tomografia computadorizada de abdome, por exemplo, o paciente se expõe de 2 mSv a 10 mSv de radiação ionizante. Se for obeso, a dose chega a ser o dobro.
A preocupação cresceu porque, nos últimos anos, a tomografia passou a ser um dos exames mais pedidos pelos médicos e, muitas vezes, sem necessidade.
Nos EUA, ela responde por 50% de toda radiação recebida em exames. Estima-se que até 40% dos exames feitos por ano sejam desnecessários. No Brasil, não há estimativas do tipo, mas estudos mostram situação parecida.
Curiosidades: